quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quando na camisa só havia o escudo



"Serenidade e bravura, coragem e garra, união e sabedoria, para enfrentar todos aqueles que atravessem os nossos caminhos!"

Nas quartas, sempre almoço na casa da minha mãe. Mulher singular. Aos treze anos teve que abandonar os estudos para trabalhar; com essa mesma idade conheceu o meu pai e aos 20 se casou com ele. Goleiro avaiano que recebia a cada jogo, uma graninha que dava pra leva-la ao cinema e depois tomar uma Faixa Azul.

Bem, nessa quarta cheguei à casa da minha mãe e minha tia que mora com ela me disse:
- A tua mãe ontem à noite estava preocupada contigo. Porque não conseguia imaginar o que estarias escrevendo no blog.  Que te conhece e sabe que tu não entregarias os pontos.

Bem, não tem ninguém que me conheça melhor que essa mulher que viveu o “mundo” do futebol em uma época que o Avaí jogava no Adolfo Konder. Onde em seu manto sagrado só havia o escudo do clube e o número da camisa. 
No gramado uma moita artilheira que derrubou muitos goleiros. 
Arquibancadas lotadas por uma torcida que queria tão somente, ver o Avaí jogar.

E é essa alma serena, esse querer ver o Avaí jogar, que todos nós bravos avaianos precisamos ter.  Coragem para assumir nossa condição de frágeis torcedores; garra para tirar das nossas entranhas, a força de todos que estiveram um dia no Adolfo Konder, torcendo e acreditando no pequeno jovem Avaí.
União com esse passado que teve sabedoria para nos trazer até aqui. 
Sabedoria que enfrentou todos, todos que atravessaram e atravessem em nossos caminhos.

Pois é Mãe, graças eu te dou todos os dias por teres amado tão louca e verdadeiramente, um goleiro avaiano. Goleiro que com o pagamento do “bixo” te levava ao cinema e depois pra tomar uma geladinha.
Esse homem que vestiu a camisa do Avaí como tantos outros, numa época em que o que importava era o escudo, o escudo no peito.
Vocês dois me ensinaram direitinho a ver na camisa do Avaí de hoje e sempre, somente o nosso escudo.
Romântica torcedora. Sempre!

Foto: Site Manto Avaiano

3 comentários:

Yan disse...

Parabens Kk !Por um AVAÍ melhor,um grande abraço...

Sergio Nativo disse...

Quem viveu a epoca do Adolfo Konder, sabe perfeitamente o que voce esta falando. Emocionante!

vilzete disse...

KK meu pai me ensinou a amar o Avai desde que nasci, me recuso a desistir e deixa-lo, jamais, amo, choro e rio com o nosso avai, independente de quem vista essa camisa sagrada, ela é nossa, seu escudo é nosso orgulho,sua história nossa glória, SOU AVAIANA NÃO DESISTO E NÃO ABANDONO JAMAIS ESSE ESCUDO.