Carta aos avaianos (as)
Quem vos escreve é uma avaiana de 51 anos, uma avaiana filha de goleiro da década de 50.
Uma avaiana que corria no gramado do Adolfo Konder, para abraçar seu pai.
Um goleiro que jogava por amor a camisa, e ao final de cada partida, recebia um bicho que gastava totalmente, indo ao cinema com sua namorada e na saída, sentava num barzinho pra tomar duas cervejinhas. E lá se ia todo o bicho!
Mas no dia seguinte, ele estava treinando com o mesmo amor e a sempre vontade raçuda, que mora nos corações avaianos.
Sou uma avaiana como todos vocês, que sempre estiveram com o Avaí em todos os momentos.
Momentos difíceis, que jamais, me fizeram questionar minha paixão pelo Clube.
O Avaí de hoje, elite do brasileirão, vem nos decepcionando a cada jogo. Nosso time em nada se parece com o Leão, leão que sempre soube lutar até o fim, em todas as partidas.
Estamos a um passo pra trás, a uma passo de perder o que conquistamos com suor e raça.
Esse Avaí pronto para retroceder, é o meu time, o meu clube, a minha paixão.
Como tenho esse blog, a muito venho alertando sobre os erros cometidos esse ano, sobre o distanciamento da torcida e sobre alguns jogadores que vestem hoje, a nossa camisa.
Sinto cheiro da B, sinto a queda, sinto a dor da perda de uma conquista recente e que sei, o quanto nos custou chegar aqui.
Avaianos, domingo estarei na ressacada. Domingo vou ao jogo do meu time. Desse time que vem nos envergonhando, desse time desqualificado para disputar uma série A. Vou a Ressacada torcer por esse time, porque sou Avaiana.
Avaianos, estarei domingo na ressacada, sem vergonha de mostrar a minha cara, a nossa camisa. Estarei na Ressacada para que meu DNA Azul, possa ser visto, por aqueles que estarão em campo, defendendo as nossas cores.
Estarei na ressacada!
Que meu rosto e minha voz, eleve os homens que carregam no peito, o nosso escudo. Que esse homens se permitam nos ouvir em suas almas.
Sejamos muitos para ser mais fortes do que esses poucos, que vestem temporariamente, a nossa camisa.
Porque nós, nós já a vestimos em nossa pele.