Se no jogo de futebol a bola sempre escolhesse os nossos pés, se no futebol o adversário fosse somente virtual, se no futebol um placar contra de 2 a 0 com sete minutos do primeiro tempo não pudesse ser mudado, então eu não seria uma apaixonada por esse esporte. Porque nesse esporte não se vence um jogo na véspera, nesse esporte se vê de tudo, as mais inusitadas derrotas, as mais absurdas vitórias e empates de pura raça e determinação. Sendo assim, num apagão de dez minutos tomamos dois gols e em 80 minutos buscamos um empate que tem um gosto agri-doce, uma misto de poderiamos ter jogado durante os noventa e vencido mas como jogamos somente oitenta, o empate foi uma conquista de homens que correram muito mais que seu adversário então, o sabor chegou no paladar bem agri mas seu gosto final foi doce.
Esse foi o jogo em que mais sentimos falta do Muriquí, essa a minha única certeza.
Por que tomamos dois gols em tão pouco tempo? Porque entramos cochilando, fazendo a "sesta" num final de tarde, babamos no travesseiro e quando acordamos tinham tomado a nossa bola. Porque ela, a bola, nem sempre nos escolhe quando não demonstramos interesse por ela, ela nos escapa, como uma amante enciumada pela nossa falta de interesse e rapidinho ela arruma um amante virtual. Mas quando ela sentiu nosso interesse se renovar, ainda nos acariciou num empate, como a reconhecer o guerreiro amante.
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