Entrevista publicada no site INfoesporte com Cláudio Vicente da Chapa Avaí MAIS forte.
INfoesporte: Como e quando surgiu a Chapa Avaí Mais Forte e
qual é a principal proposta dela?
Cláudio Vicente:As conversar para a criação da chapa já vêm
acontecendo desde fevereiro deste ano. Em outubro nós formatamos as propostas e
criamos oficiamnete a chapa. Ela foi criada porque dentro do Conselho
Deliberativo nós não conseguimos fazer as mudanças de estatuto para o clube ir
para outro patamar. O Avaí precisa modificar seu estatuto e o funcionamento do
Conselho Deliberativo para conseguir uma profissionalização da gestão. Isso nós
não conseguimos, porque éramos uma minoria, então resolvemos criar essa chapa
para fazer as mudanças.
O atual modelo de participação do Conselho Deliberativo
acaba concentrando as decisões na diretoria executiva?
- Isso. A participação é pouca. Dentro do Conselho não temos
nem um debate de ideias. Geralmente a diretoria faz as preposições e a gente
discute muito pouco. Entendemos que o Conselho precisa ter uma pluralidade de
ideias. Até por isso, uma das principais propostas é de que na eleição do
Conselho ele seja composto proporcionalmente ao número de votos de cada chapa.
São duas chapas, cada uma apresenta 200 nomes. A chapa que ganhar vai ficar com
todas essas vagas no Conselho. Para ter pluralidade, isso tem que ser
proporcional. Hoje, por ser escolhido pela própria diretoria, o Conselho serve
para ratificar as propostas da diretoria. Isso é ruim para o clube.
A Chapa Avaí Mais Forte prega muito pela transparência.
Levando em conta as atuais gestões do futebol brasileiro, como fazer essa
transparência não ficar apenas no discurso?
- É necessário que a diretoria executiva tenha uma
comunicação permanente com o Conselho Deliberativo com prestações de contas
daquilo que acontece no clube. É claro que algumas informações não podem ser
passadas e a gente compreende isso. Em alguns momentos essas informações
precisam ficar restritas, mas temos muitas outras que precisam ser repassadas.
Temos que criar instrumentos que permitam que o Conselho possa acompanhar o
trabalho da diretoria. Nós aprovamos no final do ano (2012) o orçamento para o
ano seguinte, só que esse orçamento não especifica as despesas e o plano de
ação. O Conselho precisa acompanhar se a diretoria realmente vai colocar em
prática o que o Conselho determinou como diretriz.
A participação de vários ex-presidentes na Chapa não criaria
um embate de ideias?
A convivência está sendo bastante tranquila. Essa iniciativa
de criação da chapa foi dos Conselheiros que buscavam transparência e mudanças
no estatuto. Eles (ex-presidentes). Somos democráticos e com afinidades de
ideias. Vamos trabalhar com as ideias que a gente entenda que sejam mais
importantes. Divergências de opiniões vão acontecer em todos os momentos, mas
vamos trabalhar sempre em prol do Avaí. Não existe vaidade pessoal, e sim um
projeto para a modernização do estatuto e da função do Conselho Deliberativo
A Chapa já tem um nome definido para presidir a diretoria
executiva?
- Temos possibilidades, mas não temos nenhum nome definido.
Nosso foco agora é a eleição do Conselho. Não queremos nesse momento discutir
nomes para a eleição de presidente do clube enquanto não definirmos a questão
do Conselho. Queremos um Conselho que trabalhe em uma outra ótica. Quando
olhamos para trás, percebemos que se tivéssemos esse tipo de conselho que a
gente propõe, o Avaí estaria em uma situação melhor financeiramente e na
profissionalização da gestão. Queremos um Conselho atuante. A partir daí, é
possível que um ou outro candidato, mesmo que não seja do nosso grupo, venha
ser candidato. Mas nosso foco agora é o Conselho.
O Avaí fechou 2012 com uma dívida beirando os R$ 8 milhões.
Como fazer um clube do porte do Avaí ser rentável?
Hoje temos uma situação desproporcional no futebol
brasileiro que é o direito de transmissão. Um clube de Série B recebe R$3
milhões por ano enquanto um clube de Série A recebe até R$120 milhões. Um clube
de menor porte, para conseguir ser competitivo precisa de uma gestão muito
profissional, com uma gestão financeira sólida. É possível. Temos com exemplo a
Chapecoense, que saiu da Série C para a Série B e logo no primeiro ano
conseguiu o acesso para a Série A. Em termos de dívida, são valores consideráveis.
Outros clubes conseguiram sair dessa situação, então sabemos que é possível. Se
tivéssemos na Série A seria muito mais fácil administrar essa dívida.
O esvaziamento dos estádios no Brasil é uma tendência. Como
evitar isso na Ressacada e quais os planos para o programa de sócio-torcedor?
- Os valores de ingresso e mensalidade de sócio foram
propostos pela diretoria executiva e aprovados pelo Conselho Deliberativo. Eu
mesmo, enquanto diretor de marketing, fiz a preposição no final de 2011 para
que em 2012 tivéssemos uma redução no valor das mensalidades. Em 2009 e 2010 o
Avaí aumentou a mensalidade e quando o time não correspondeu em campo o sócio
deixou de pagar. A gente entende que é possível fazer alguns ajustes. É preciso
outro modelo de captação que não é baseado somente no sócio. O que o clube
precisa, na verdade, é do apoio da torcida.
Fonte: INfoesporte
Foto: Jamira Furlani
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