domingo, 17 de novembro de 2013

Entrevista com Cláudio Vicente by INfoesporte

Entrevista publicada no site INfoesporte com Cláudio Vicente da Chapa Avaí MAIS forte.

INfoesporte: Como e quando surgiu a Chapa Avaí Mais Forte e qual é a principal proposta dela?

Cláudio Vicente:As conversar para a criação da chapa já vêm acontecendo desde fevereiro deste ano. Em outubro nós formatamos as propostas e criamos oficiamnete a chapa. Ela foi criada porque dentro do Conselho Deliberativo nós não conseguimos fazer as mudanças de estatuto para o clube ir para outro patamar. O Avaí precisa modificar seu estatuto e o funcionamento do Conselho Deliberativo para conseguir uma profissionalização da gestão. Isso nós não conseguimos, porque éramos uma minoria, então resolvemos criar essa chapa para fazer as mudanças.

O atual modelo de participação do Conselho Deliberativo acaba concentrando as decisões na diretoria executiva?

- Isso. A participação é pouca. Dentro do Conselho não temos nem um debate de ideias. Geralmente a diretoria faz as preposições e a gente discute muito pouco. Entendemos que o Conselho precisa ter uma pluralidade de ideias. Até por isso, uma das principais propostas é de que na eleição do Conselho ele seja composto proporcionalmente ao número de votos de cada chapa. São duas chapas, cada uma apresenta 200 nomes. A chapa que ganhar vai ficar com todas essas vagas no Conselho. Para ter pluralidade, isso tem que ser proporcional. Hoje, por ser escolhido pela própria diretoria, o Conselho serve para ratificar as propostas da diretoria. Isso é ruim para o clube.

A Chapa Avaí Mais Forte prega muito pela transparência. Levando em conta as atuais gestões do futebol brasileiro, como fazer essa transparência não ficar apenas no discurso?

- É necessário que a diretoria executiva tenha uma comunicação permanente com o Conselho Deliberativo com prestações de contas daquilo que acontece no clube. É claro que algumas informações não podem ser passadas e a gente compreende isso. Em alguns momentos essas informações precisam ficar restritas, mas temos muitas outras que precisam ser repassadas. Temos que criar instrumentos que permitam que o Conselho possa acompanhar o trabalho da diretoria. Nós aprovamos no final do ano (2012) o orçamento para o ano seguinte, só que esse orçamento não especifica as despesas e o plano de ação. O Conselho precisa acompanhar se a diretoria realmente vai colocar em prática o que o Conselho determinou como diretriz.

A participação de vários ex-presidentes na Chapa não criaria um embate de ideias?

A convivência está sendo bastante tranquila. Essa iniciativa de criação da chapa foi dos Conselheiros que buscavam transparência e mudanças no estatuto. Eles (ex-presidentes). Somos democráticos e com afinidades de ideias. Vamos trabalhar com as ideias que a gente entenda que sejam mais importantes. Divergências de opiniões vão acontecer em todos os momentos, mas vamos trabalhar sempre em prol do Avaí. Não existe vaidade pessoal, e sim um projeto para a modernização do estatuto e da função do Conselho Deliberativo



A Chapa já tem um nome definido para presidir a diretoria executiva?

- Temos possibilidades, mas não temos nenhum nome definido. Nosso foco agora é a eleição do Conselho. Não queremos nesse momento discutir nomes para a eleição de presidente do clube enquanto não definirmos a questão do Conselho. Queremos um Conselho que trabalhe em uma outra ótica. Quando olhamos para trás, percebemos que se tivéssemos esse tipo de conselho que a gente propõe, o Avaí estaria em uma situação melhor financeiramente e na profissionalização da gestão. Queremos um Conselho atuante. A partir daí, é possível que um ou outro candidato, mesmo que não seja do nosso grupo, venha ser candidato. Mas nosso foco agora é o Conselho.

O Avaí fechou 2012 com uma dívida beirando os R$ 8 milhões. Como fazer um clube do porte do Avaí ser rentável?

Hoje temos uma situação desproporcional no futebol brasileiro que é o direito de transmissão. Um clube de Série B recebe R$3 milhões por ano enquanto um clube de Série A recebe até R$120 milhões. Um clube de menor porte, para conseguir ser competitivo precisa de uma gestão muito profissional, com uma gestão financeira sólida. É possível. Temos com exemplo a Chapecoense, que saiu da Série C para a Série B e logo no primeiro ano conseguiu o acesso para a Série A. Em termos de dívida, são valores consideráveis. Outros clubes conseguiram sair dessa situação, então sabemos que é possível. Se tivéssemos na Série A seria muito mais fácil administrar essa dívida.

O esvaziamento dos estádios no Brasil é uma tendência. Como evitar isso na Ressacada e quais os planos para o programa de sócio-torcedor?

- Os valores de ingresso e mensalidade de sócio foram propostos pela diretoria executiva e aprovados pelo Conselho Deliberativo. Eu mesmo, enquanto diretor de marketing, fiz a preposição no final de 2011 para que em 2012 tivéssemos uma redução no valor das mensalidades. Em 2009 e 2010 o Avaí aumentou a mensalidade e quando o time não correspondeu em campo o sócio deixou de pagar. A gente entende que é possível fazer alguns ajustes. É preciso outro modelo de captação que não é baseado somente no sócio. O que o clube precisa, na verdade, é do apoio da torcida.

Fonte: INfoesporte
Foto: Jamira Furlani


Nenhum comentário: