Em 1962 após a lesão do craque Pelé na Copa, Nelson Rodrigues escreveu:
"Amigos, andei nas ruas e vi, por toda parte, caras a meio pau. Deduzi imediatamente: o nosso craque. Era, sim, o luto, era a dor, era o velório da lesão.
A partir de agora, todo o Brasil chora e todo o Brasil vela a contusão.(...)
O desespero está ventando por todo o país. Mas há uma possibilidade insuspeitada e genial: — a de que Amarildo desponte como um novo Pelé, e repito: — um Pelé branco, mas Pelé. Por outro lado, cada brasileiro deve ser como o confrade Cláudio Mello e Sousa, um profeta, um vidente do triunfo. E, de resto, cada um de nós precisa acreditar no Brasil com pesado e obtuso fanatismo. (...)
De mais a mais, o perigo viriliza, enternece e ilumina o Brasil. Sim, o perigo desperta e açula no Brasil sombrias potencialidades."
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